Mariana Conti aciona o MP sobre falta de servidoras nas delegacias da mulher em Campinas, diante do aumento no número de casos de violência na cidade
A denúncia encaminhada na última semana a respeito da carência de efetivo nas DDMs de Campinas expôs uma séria precariedade no atendimento às mulheres vítimas de violência. Diante desse quadro, a vereadora Mariana Conti formalizou uma reclamação junto ao Ministério Público, questionando a Secretaria de Segurança Pública sobre a falta de efetivo.
26 jan 2024, 10:50 Tempo de leitura: 2 minutos, 28 segundosNo âmbito de uma preocupação crescente com o aumento dos casos de feminicídios e outras formas de violência contra a mulher na cidade de Campinas, a vereadora Mariana Conti expressou sua preocupação em relação à falta de servidoras nas Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) locais. Em uma reclamação encaminhada ao Ministério Público, a vereadora destacou a falta de pessoal como um fator prejudicial ao adequado atendimento às mulheres vítimas de violência na região.
Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) revelou que a defasagem de policiais civis em Campinas atinge 27%, agravando ainda mais a situação. Mesmo diante desse cenário alarmante, a cidade conta apenas com duas delegacias especializadas em defesa da mulher, uma realidade desproporcional para uma população que ultrapassa um milhão de habitantes.
A denúncia encaminhada na última semana a respeito da carência de efetivo nas DDMs de Campinas expôs uma séria precariedade no atendimento às mulheres vítimas de violência. Diante desse quadro, a vereadora Mariana Conti formalizou uma reclamação junto ao Ministério Público, questionando a Secretaria de Segurança Pública sobre a falta de efetivo. Esta carência, além de dificultar procedimentos cruciais, como o registro de boletins de ocorrência, compromete a eficácia do trabalho das profissionais, sobrecarregando-as com um volume elevado de demandas e dificultando as investigações necessárias para que as vítimas possam romper o ciclo de violência.
No Estado de São Paulo, Tarcisio cortou cerca de 17,1 milhões das delegacias da mulher, o que corresponde a 70% do orçamento anteriormente destinado. Ao mesmo tempo, o número de casos de violência contra as mulheres aumenta, conforme indicam os dados do Anuário de Segurança Pública 2023, que alerta para o recorde no número de estupros, com crescimento em SP, especialmente nas regiões interiores. “É extremamente preocupante que a rede de apoio às mulheres vítimas de violência em Campinas esteja nessa situação de defasagem. Isso faz parte de uma política de desmonte do governador Tarcísio de Freitas, que não se preocupa efetivamente com as nossas vidas”, completa Mariana Conti.
Os índices de denúncias também aumentaram em Campinas, conforme dados divulgados pelo SISNOV, que foram disponibilizados com muito atraso pela Prefeitura de Dário Saadi, do mesmo partido e aliado de Tarcísio de Freitas. “Os recursos da rede atualmente existentes em Campinas são insuficientes para o elevado número de casos que temos acompanhado nos últimos meses. É urgente que o governo Dário Saadi fortaleça os recursos públicos municipais da rede de proteção, para que esses casos diminuam. No entanto, caso ocorram, é fundamental que essas mulheres tenham pleno direito à sua defesa e proteção, o que não encontram atualmente”, finaliza a vereadora.