O BRT deve agravar o problema dos alagamentos em Campinas.

Nossa equipe realizou, na semana do dia 16/08, ações de fiscalização nas obras do BRT. Além das rachaduras nos trechos recém inaugurados, já noticiados na imprensa, identificamos outros pontos críticos que publicaremos aqui em uma série de comentários. no primeiro deles tratamos da situação dos alagamentos. Por Deise Nascimento Existem pontos na avenida  John Boyd […]

23 ago 2019, 14:04 Tempo de leitura: 1 minuto, 51 segundos
O BRT deve agravar o problema dos alagamentos em Campinas.
Foto: Equipe Mariana Conti

Nossa equipe realizou, na semana do dia 16/08, ações de fiscalização nas obras do BRT. Além das rachaduras nos trechos recém inaugurados, já noticiados na imprensa, identificamos outros pontos críticos que publicaremos aqui em uma série de comentários. no primeiro deles tratamos da situação dos alagamentos.

Por Deise Nascimento

Existem pontos na avenida  John Boyd Dunlop e na avenida das Amoreiras com histórico de enchentes em período anterior às obras do BRT. 

Problemas recorrentes  de alagamentos em períodos de chuvas são bem conhecidos pela população que utiliza as avenidas, com a implantação do BRT o cenário tende a manter o mesmo padrão, sem apresentação de uma solução definitiva ao morador da região, pois o projeto mantém e em alguns trechos amplia as áreas de impermeabilização do solo. Não há no projeto do BRT a utilização de materiais ou técnicas de permeabilização do solo, mantendo-se enormes áreas revestidas por concreto convencional.

O BRT prioriza a circulação de veículos de transporte urbano por uma extensa região habitada de Campinas, porém em todo o percurso a área destinada à permeabilidade do solo não foi priorizada. Desde a escolha de materias para pavimentação, seguindo padrões pouco sustentáveis. A escolha do concreto em grandes extensões, coberturas de materiais sintéticos e uso na totalidade da obra de materiais convencionais demonstra que o projeto apresenta-se como inovação, entretanto vemos a repetição de modelos construtivos convencionais que não trazem inovação com foco na sustentabilidade ambiental. O resultado será a repetição de alagamentos em pontos críticos em períodos de chuvas intensas, causando transtornos para usuários e moradores da região. O BRT não cria condições de sustentabilidade ambiental relativa à permeabilidade do solo.

Pensar alternativas para a melhoria do transporte público é uma necessidade para a população de Campinas, porém estas soluções devem estar atentas para conciliar transporte público e permeabilidade do solo, priorizando pavimentações mais ecológicas com uso de materiais permeáveis que permitam a drenagem de águas pluviais.