Pela unidade e por candidatura própria do PSOL, Mariana Conti retira pré-candidatura ao Governo Paulista

Tendo em vista a dificuldade de se chegar a um acordo sobre uma pré-candidatura própria do PSOL ao Governo do Estado de São Paulo e com a ação da direção partidária de postergar essa decisão até o máximo de tempo possível, a vereadora campineira Mariana Conti (PSOL) retira sua pré-candidatura à disputa para o governo […]

24 jun 2022, 12:54 Tempo de leitura: 4 minutos, 38 segundos
Pela unidade e por candidatura própria do PSOL, Mariana Conti retira pré-candidatura ao Governo Paulista

Tendo em vista a dificuldade de se chegar a um acordo sobre uma pré-candidatura própria do PSOL ao Governo do Estado de São Paulo e com a ação da direção partidária de postergar essa decisão até o máximo de tempo possível, a vereadora campineira Mariana Conti (PSOL) retira sua pré-candidatura à disputa para o governo e lançará sua pré-candidatura a Deputada Estadual nos próximos dias.

Essa decisão foi tomada pois a direção majoritária do partido mantém a expectativa de negociar algum eventual acordo com a candidatura de Fernando Haddad (PT), o que vai no sentido contrário ao desejo dos filiados de apresentar um programa e candidatura próprias que possa derrotar as mais de duas décadas de governos tucanos em São Paulo, já que a própria presença de Geraldo Alckmin na chapa com Lula acaba sinalizando o contrário.

Como uma parte dos votos que podem decidir pela candidatura própria do PSOL são de grupos que ainda não sinalizaram apoio a um nome, a retirada de Mariana Conti da disputa visa favorecer o diálogo com esses filiados, que não se sentem representados pelo adiamento da decisão nem pela proposta de compor a chapa com o PT, e eventualmente até com o PSB de Márcio França e Jonas Donizette, além do PSD de Gilberto Kassab e do Solidariedade de Paulinho da Força.

“Depois de muitas conversas e consultas, tomamos coletivamente a decisão de retirar meu nome como pré-candidata a governadora pelo partido. Tal gesto concretiza uma busca pela unidade interna e para contribuir com o acelerar da decisão de candidatura própria. Abro mão dessa tarefa na perspectiva de buscar um nome consenso e/ou majoritário que possa representar o PSOL nas eleições do estado”, avalia a vereadora Mariana Conti, que agora irá se concentrar em buscar um acordo que garanta a formalização de uma candidatura própria do PSOL ao Palácio dos Bandeirantes

Veja abaixo a carta de Mariana Conti aos militantes do PSOL-SP.

Um passo à frente pela unidade partidária e pela candidatura própria

A minha pré-candidatura a governadora foi muito bem recebida nas bases do partido e teve o apoio de várias correntes, setoriais e diretórios municipais. Porém, por escolha da direção majoritária do Partido a decisão sobre a candidatura majoritária segue em aberto, e tem no Campo Semente (Resistência, Insurgência e Subverta) o voto que pode definir qual dos polos internos do partido vencerá esse debate.

Entendo que o PSOL não deveria ficar em compasso de espera, aguardando as negociações entre PT, PSB, Solidariedade e PSD. Afinal, o PSOL não pode se apequenar e se reduzir a uma simples barganha por nomes na chapa Haddad. Por isso, depois de muitas conversas e consultas, tomamos coletivamente a decisão de retirar meu nome como pré-candidata a governadora pelo partido. Tal gesto concretiza uma busca pela unidade interna e para contribuir com o acelerar da decisão de candidatura própria. Abro mão dessa tarefa na perspectiva de buscar um nome consenso e/ou majoritário que possa representar o PSOL nas eleições do estado.

Sou militante do partido há anos, e seguirei à disposição dele como figura pública, contribuindo sempre na tarefa de afirmação do PSOL independente e anticapitalista que atua para ocupar e vocalizar as lutas dos movimentos sociais também nos espaços institucionais.

As eleições estão batendo à porta. A necessidade de derrotar o genocida da República é um imperativo e a tarefa primordial desse pleito, justamente porque sabemos o desprezo de Bolsonaro pela democracia e sua predileção ao neofascismo autoritário.

Assim, para derrotar Bolsonaro, vamos fazer campanha para eleger Lula presidente. Mas é necessário dizer que isso não significa a adesão ao programa representado pela chapa Lula-Alckmin. Existem diferenças de programa e de estratégia no interior dessa composição, e se Lula vencer as eleições – permanece a urgência histórica de derrotar o bolsonarismo, a extrema-direita radicalizada e a sanha neoliberal anti-povo da elite econômica brasileira.

É neste cenário que as candidaturas majoritárias estaduais também vão ganhando contornos definitivos. São Paulo, o estado brasileiro que mais concentra poder, capital e população, é central nesse jogo de forças. Há quase três décadas governado pelo tucanato, o Estado de São Paulo tem sido o laboratório da política neoliberal brasileira. Diante da crise aguda pela qual atravessa o PSDB vemos o esforço hercúleo da direção petista em atrair França e os seus aliados para dentro da candidatura Haddad.

Esse é o motivo pelo qual, diante da desistência de Boulos que apresentei meu nome ao PSOL como pré-candidata a governadora e agora o retiro, com o intuito de contribuir para que se encontre um nome de consenso. Temos excelentes quadros, capazes de representar as ideias do PSOL, e um programa radicalmente diferente do tucanistão, inclusive para derrotar o bolsonarismo de Tarcísio, que de forma canalha e hipócrita tenta se apresentar como a mudança no Estado de São Paulo. Estou confiante de que o PSOL estará a altura dos desafios para fazer o bom debate no cenário eleitoral paulista.

Mariana Conti, Vereadora de Campinas/SP pelo PSOL